“Hoje assistimos em todo o mundo a desfiles onde os modelos femininos ou masculinos não sabem andar de forma correcta e elegante, não sorriem, porque se estipulou “robotizar”, não desfilam de forma diferente um vestido de noite, de um traje desportivo, não mudam de postura ou atitude em cada entrada.
Ninguém gosta, mas ninguém assume que é preciso voltar a ter qualidade e ser-se diferente, melhor e mais exigente.”
(Yolanda, em entrevista a Joana de Sousa Costa)
Esta afirmação, tão verdadeira e corajosa, proferida pela primeira modelo portuguesa a desfilar em Paris, fez-me reflectir sobre as mudanças mais marcantes das nossas passerelles, nas últimas gerações.
Com o objectivo prévio de “fazer uma carreira forte, ganhar notoriedade, credibilidade profissional e perceber a indústria da moda” numa altura em que não podia contar-se com o apoio de agências de modelos, Yolanda conquistou o seu lugar, devido a “um estilo muito próprio, muita técnica, e vontade de desempenhar um bom trabalho individual.”
Assistimos actualmente, a um (feliz) regresso das super Top Models.
Claudia, Christy, Linda, Eva, Kate, etc., emprestam a beleza, glamour e estilo único (como nunca mais se viu desde então) a campanhas publicitárias de marcas internacionais.
Inesquecíveis contemporâneas da “nossa” Sofia Aparício, que se tornou, em Portugal, num ícone incontornável.
Descoberta pelo estilista José Carlos, inicia a sua carreira com apenas 13 anos.
Aos 17, torna-se Miss Wonderland, e aos 20, vence a edição nacional do concurso Look of the Year.
Paralelamente à moda, inicia em 1994 a sua carreira televisiva, com a apresentação do magazine de moda 86-60-86, que se torna uma referência, na época.
Fez teatro, cinema e series para televisão.
Por ter participado em todas as edições da Moda Lisboa, torna-se um símbolo deste evento, e é também na Moda Lisboa, no ano 2000, que se despede das passerelles.
Os gémeos Pedro e Ricardo Guedes, são, dos modelos portugueses dos nossos dias, aqueles que mais se destacam.
Conhecidos (e reconhecidos) in e out door, e na minha opinião, os melhores em passerelle!
Em 1996, enquanto esperavam o autocarro (onibus), foram descobertos por uma produtora, que lhes perguntou se queriam ser modelos.
Os gémeos apanharam, sim, o autocarro para a fama, brilhando pela primeira vez na Moda Lisboa, num desfile de Miguel Flor.
O estilo individual de outrora, pode ter-se perdido um pouco pelo caminho.
Talvez o fenómeno das Tops dos anos 90, seja um fenómeno incontornável.
Mas Portugal, continua a dar cartas na moda internacional, pela qualidade, pelo design, e também pelos nossos modelos.
Comentários
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)
Venho desejar um Feliz Ano Novo e dizer que no ano de 2009 estarei mais presente no teu Blog.
Conceição Bernardino